Tudo bem que o time não estava nem perto da elite da sub-20 do Brasil. Mas mesmo sem Neymar, Lucas, Oscar, Casemiro e Philipe Coutinho, ninguém esperava que a Seleção fosse eliminada dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara da forma vergonhosa como aconteceu neste domingo (madrugada de segunda-feira no Brasil). Uma plateia perplexa no Estádio Omnilife assistiu à derrota por 3 a 1 para a Costa Rica. Assim, a equipe comandada por Ney Franco deixa o México sem sequer disputar a semifinal, perdendo a chance de medalha.
A campanha repete o Pan do Rio de Janeiro, em 2007, quando a Seleção Brasileira foi representada por uma equipe sub-17. Em Guadalajara, o Brasil disputou três partidas e marcou apenas um gol. Foram uma derrota e dois empates (sendo um com Cuba), perdendo a vaga na próxima fase para Argentina e Costa Rica, classificadas em primeiro e segundo do Grupo B, respectivamente. Os costarriquenhos enfrentam o México na semifinal. Os argentinos ainda esperam por seu adversário.
Tudo começou a dar errado para o Brasil antes mesmo do primeiro minuto de partida. Aos 40 segundos, Madson falhou pela direita, e Blanco aproveitou. Ele rolou rasteiro para Bryan Vega, livre, empurrar e abrir o placar.
A surpresa apresentada pela Costa Rica, que teoricamente entraria em campo de forma defensiva, mas iniciou o jogo no ataque, desestabilizou a Seleção tática e emocionalmente. A equipe mostrava-se desorganizada e nervosa. Assim, não demorou muito a pagar por isso. Aos 15 minutos, o volante Lucas Zen – que recebeu o apelido no Botafogo por sua tranquilidade em campo – acertou o peito de um adversário numa dividida e recebeu o cartão vermelho.
A pena foi paga aos 20 minutos, quando, após chutão da defesa, McDonald dominou dentrou da área, passou pela marcação de Frauches e Misael e acertou um belo chute de curva no canto esquerdo de César, fazendo 2 a 0. O goleiro, mal colocado, não alcançou a bola.
A torcida do México perdeu a paciência e passou a trocar os aplausos pelas vaias ao Brasil. Em campo, o time continuava fora de controle emocional. Aos 26 minutos, Frauches colocou a mão na bola ao cortar um cruzamento, e o árbitro marcou pênalti. McDonald cobrou, mas acertou a trave.
Já com o atacante Sebá no lugar de Frauches – e o meia Misael e o lateral Henrique Mirando se alternando na zaga – a Seleção foi para cima da Costa Rica, que, empolgada, seguia atacando. Após grande jogada, Cidinho tocou para Henrique chutar na saída do goleiro e diminuir a diferença para 2 a 1, aos 30 minutos.
No entanto, a reação durou pouco. Aos 43 minutos, McDonald recebeu na área. Mesmo de costas, o atacante conseguiu girar sobre a marcação e chutar rasteiro, fazendo 3 a 1 para a Costa Rica. Ao fim do primeiro tempo, até mesmo o sereno Ney Franco entrou em campo para reclamar com o árbitro mexicano Ricardo Arellano.
Com a vantagem no placar, a Costa Rica voltou para o segundo tempo sem se lançar tanto ao ataque. A ideia era valorizar a posse de bola e retardar o jogo ao máximo a cada falta sofrida. Sem mostrar recursos e nem reação, o Brasil abusou das cavadas de falta e das reclamações, pouco ameaçando o gol do adversário.
O Brasil jogou com a seguinte formação: César, Madson, Luccas Claro, Frauches (Sebá, depois Djair) e Henrique Miranda; Lucas Zen, Misael, Felipe Anderson e Cidinho; Felipe Amorim (Rafael) e Henrique.